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domingo, 30 de outubro de 2016







Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a.












            As crianças manifestam sua baixa autoestima de muitas maneiras diferentes. Elas podem não estar conscientes em relação a si mesmas, mas sabem que algo está errado. Alguns sinais muito comuns como choramingar, necessidade de vencer, trapacear em jogos, perfeccionismo, ostentação, distribuir doces, dinheiro ou brinquedos. Podem recorrer a numerosos dispositivos para chamar atenção, tais como:  palhaçadas, bancar o bobo, perturbar os outros, adotar comportamento antissocial, ser muito critico em relação a si mesmo, ser retraído ou tímido demais, culpar os outros por tudo, arranjar desculpas para tudo, desculpar-se constantemente, ter medo de experimentar coisas novas, desconfiar das pessoas, querer coisas demais, comportar-se defensivamente, comer demais agradar os outros, sentir-se incapaz de fazer escolhas e tomar decisões, nunca dizer não.

           A sociedade pode ser a fonte de um reduzido senso de valor próprio. Pessoas brancas, magras, atraentes e ricas tem grande valor, mesmo não se sentindo melhor em relação a si mesmas enquanto as pessoas mais gordas, menos atraentes, mais pobres e pertencentes a minorias, podem ser afetadamente por esses valores.

            Em terapia essa criança tem a oportunidade de resgatar seu eu, ter contato novamente com seu próprio potencial. Ao recuperar seu eu ela pode novamente se sentir a vontade para explorar  e descobrir seu mundo.

            Por isso é imprescindível:

            - Escutar, reconhecer e aceitar os sentimentos da criança.
            - Tratar com respeito. Aceite-a como é.
            - Dê-lhe elogios específicos, diretos.
            - Seja honesto com ela.
            - Empregue mensagens do tipo "eu" em vez de mensagens do tipo "você" por exemplo: " eu
               estou me sentindo incomodada com esse barulho" em vez de "você é tão barulhento".
            - Seja específico na crítica, em vez de dizer: "você sempre", "você nunca".
            - Dê a criança responsabilidades, independência e a liberdade de fazer livres escolhas.
            - Seja um bom modelo.
            - Lembre-se do principio da individualidade. Ela é maravilhosa e espantosa na sua própria
               individualidade, mesmo que a individualidade dela seja diferente da sua.
            - É bom gostar de si próprio. E bom sentir satisfeito com suas próprias conquistas.


           Se uma criança manifestar sentimentos negativos com relação a si própria, pais ou terapeuta devem tomar cuidado para não contradizê-la. Por exemplo "eu sou tão feia", evite responder "Que nada, você é tão bonita!. Esta atitude, sem querer, só serve para aumentar o desconforto gerado pelos sentimentos ruins em relação a si mesma e não modifica, porque a mensagem implícita seria, " você está errada em pensar que é feia". A mudança precisa vir da própria criança e somente pode ser conseguida permitindo e aceitando que ela manifeste os seus sentimentos autodepreciativos.
           Podemos ajudá-la explorando esses sentimentos. É preciso primeiro acolher essa fala, por exemplo: "muitas vezes nos sentimos assim feios ou desastrados, você não gostaria de falar mais sobre isso? Quando acolhemos esse sentimento, não negamos e assim damos a oportunidade da criança se sentir mais confortável além de ampliar a possibilidade dela conseguir se expressar abrindo campo para novas descobertas de si mesmo. Isso é aceitar os seus sentimentos. Só assim podemos trazer a criança de volta para si. Admitindo esses sentimentos, a criança pode voltar a familiarizar-se com seus sentidos e com seu corpo, e com tudo que pode fazer com eles. Pode aprender a cerca de si mesma e da sua individualidade, partindo de dentro, em vez de fazê-lo através de julgamentos e opiniões dos outros. E poderá então começar sentir um bem estar que está bem ela ser quem ela é. Cada criança tem uma essência, sua singularidade e precisa deste exercício para exercer sua autonomia, se sentir livre e independente com responsabilidade e maturidade.


Fonte: Oklander Violet. Descobrindo crianças, a abordagem gestaltica com crianças e adolescentes.
Imagem: http://www.cdinfantil.com.br/blog/page/8



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